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    A história do pequeno herói – Epílogo

    Por Equipe MT, 4 de novembro de 2012

    Epílogo – Foxon, o herói 

    Estava ali, o jovem e pequeno, apenas em tamanho, Foxon, cuidando de seus Babaas, seu amigo Duni, que logo depois de visitar o tio sempre ia lhe visitar, conversava e falava do que acontecia no castelo. Havia passado-se um ano desde que Foxon impediu a guerra. Histórias daquele dia até hoje são contadas naquelas pequenas terras, quando o pequeno Kyrii inundou parte da floresta e salvou todo o reino do caos. Os cavaleiros do rei chegaram e prenderam todos, que foram julgados pessoalmente pelo rei, que os não só os perdoou, admitindo a culpa, coisa que nem sempre faz, como também lhes deu terras, grandes terras férteis que eram suas, mas localizadas próximas ao reino do irmão de Hagan, Skarl, em Meridell.
    Foxon foi aclamado como herói, ganhou muitas recompensas e visita o rei regularmente, eles jogam muito xadrex, porém Foxon nunca venceu. Seu rebanho de Babaas hoje se estende por muito mais terras, seu jardim é decorado por flores de pedra, que ele vende e agora também planta amoras.
    Um casal se aproxima na estrada, a fêmea, feliz, agarra o braço daquele que provavelmente é seu marido, que carrega além de algumas roupas, alguns kits médicos, pois, mesmo estando em sua plena saúde, qualquer coisa que acontecesse poderia mudar o quadro daquela senhora.
    O Kyrii os observava, feliz, sorridente, agora podia pagar um tratamento para sua mãe, que por mais de um ano ficou esperando por ele em um plano público, mas, agora que o filho os encontrou, não precisavam mais. Os três se abraçavam e as lágrimas escorriam, eram de felicidade, de paz.
    “Era pequeno em tamanho, mas grande em coragem, em bondade, não desistindo perante o medo, talvez esse fosse o segredo” Era o que estava escrito na estátua em sua homenagem, para aqueles que a vissem, tão grande, se sentissem não pequenos, mas apenas como parte de um mundo bom.

    A história do pequeno herói – Capítulo 5

    Por Equipe MT, 31 de outubro de 2012

    Capítulo 5 – Fogo, água e guerra

     Esse mote vai te ajudar nas batalhas com mágica e poderes especiais!                       Este mote vai te ajudar a meditar em sua próxima manobra de batalha...                      Este mote encobrirá o seu Neopet e ele se tornará mais forte.

     As garras envolviam seus braços, lá estava ele, majestoso, mais forte do que nunca, Duni. Abaixo dos dois, as chamas envolviam tudo, inclusive a mochila do Kyrii, que teve de ser deixada para trás para que ele pudesse sobreviver. Olhava para o chão, enquanto o vento balançava as penas de Duni, o silêncio era mantido entre os dois.
     – A carta… a carta! – Foxon começou a mover-se, se debatendo e de certa forma atrapalhando o vôo de Duni.
    – Ei, para com isso! A carta não importa mais, eles vão atacar o reino em menos de um dia, algumas tropas já estão posicionadas e prontas. Um simples pedaço de terra não iria parar a fúria deles.
    – Como você sabe de tudo Duni? Nós temos que voltar!
    – Por favor, fique calmo, você sabe o trabalho que deu vir até aqui o mais rápido que pude? Eu passei três dias muito mal, não conseguia voar direito e se não fosse pelo seu vizinho Kacheek eu não estaria aqui. Fiquei mais dois dias descansando e finalmente voltei para o reino, onde fui recebido por várias perguntas se a carta havia sido entregue. Eu não fazia idéia de que carta era essa e tive que pedir explicações diretas ao rei.
    – Desculpa, eu não consegui entregar…
    – Eu já disse que isso não importa mais, o importante é que você está bem. Eu vim o mais rápido que pude pois você já deveria ter voltado. Depois de ver toda aquela movimentação estranha, eu me infiltrei dentro dos revoltos e consegui pegar todas as informações possíveis, por sorte eu vim com um soldado que já avisou ao rei e estamos nos preparando para começar a guerra. Eu vinha acompanhando você de perto todos estes dias, se eles tocassem em um fio de cabelo seu, eu iria acabar com eles. Vamos agora para a nossa base um pouco a frente, está tudo pronto, vamos vencer.
    – Não era para haver guerra, por que o rei quer provocar uma agora? – Foxon parou de se mexer e olhou para baixo, vendo a altura em que se encontrava, agarrou-se nos pés de Duni.
    – Na verdade o rei não queria provocar uma guerra, mas todos os ministros discutiram e decidiram que para proteger o povo deveríamos fazer isso. – Duni abaixou a cabeça, parecia triste com aquela situação.
    – As crianças vão ficar bem? – O Kyrii olhava ao longe para manter a emoção. – Vão, você deve ter percebido que não havia quase nenhuma no acampamento.
    O vôo dali em diante foi silencioso, as chamas tinham ficado totalmente para trás, apenas um pouco de fumaça podia ser vista, talvez, depois de um tempo, eles devessem estar vasculhando as cinzas procurando pelos restos do Kyrii. A floresta parecia a mesma de alguns dias atrás, o verde das árvores e o marrom da terra fofa. Foxon havia deixado as garras e subido nas costas de Duni, já havia uma amizade entre eles e o tamanho do pequeno não iria influenciar em nada na viajem.
    Foi algo calmo, a brisa soprava em seus pelos e penas e o céu estava limpo, raios de sol eram refletidos no rio, que formava uma bela imagem nas pedras, imagens que Foxon queria observar sem desespero, sem pressa. A boca já começava a ficar ressecada e Duni lhe ofereceu um gole de água, mas ele recusou, não estava com cabeça para aquilo, ficava pensando no que iria fazer se eles perdessem a guerra, o que iria acontecer se até mesmo a fazenda dele fosse invadida, pensamentos ingênuos, pois ele sabia que tudo estaria ganho, mesmo sem poder fazer nada, a não ser olhar, pois até sua espada havia sido deixada para trás, não havia mais um Foxon aventureiro, ofensivo, a única coisa ali deitada nas costas de Duni era um Kyrii pequeno, medroso, que não podia nem se quer parar uma guerra que ele mesmo achava que havia começado.
    As barracas começaram a aparecer e a tristeza aumentava, queria ter algum assunto para conversar com Duni, mas não poderia simplesmente inventar um. A correria naquele lugar não era tão grande como no acampamento dos inimigos, porém haviam pessoas correndo para todos os lados, preparando coisas, principalmente soldados Draiks. Ele então percebeu como Duni era rápido, ele havia percorrido em minutos um caminho em que ele só havia conseguido percorrer em dias, estavam nas flores de pedras. Desceu de Duni e logo um Draik veio até ele, com o capacete na mão e pondo-o sobre Duni.
    – Duni, enfim você chegou, deixe esse pequeno ali do lado e vá comandar as tropas aéreas, temos de sermos rápidos, meu café vai esfriar. – Ajeitou o capacete e deu uma batidinha.
    – Sim general Jyr! – Fez uma reverencia que Foxon nunca havia visto, ele deixava suas asas vermelhas o mais aberto possível, ficava sobre as patas traseiras e se curvava.
    Foxon estava ali, vendo Duni preparar-se, a maioria dos Draiks portava grandes armas, alguns até com catapultas. Várias coisas lhe passaram pela cabeça, ele poderia gritar, poderia mandar parar a guerra, mesmo que isso custasse sua vida, ele poderia tentar, ele poderia salvar todo mundo, evitar uma guerra. Não conseguindo nem se quer se mexer, ficou ali parado, olhando os últimos preparativos para o começo de um dos maiores massacres que ele podia ver.
    Proteja o seu Ruki com este capacete de batalha maciço.Sentou-se no chão quando a última pedra foi posta e os soldados se alinharam, Duni estava na parte de cima, com um arco na mão e observando tudo, além dele haviam outros Eyries, que pareciam ser tão experientes e fortes quanto ele. Alguns tinham cicatrizes de batalhas anteriores, outros eram velhos, uns mais novos, mas todo eram bem superiores a Foxon. Não passando de uma pequena criança, ficava ali, quase chorando, pensando em sua infância, daquela época que brincava com seu pai e sua mãe.  
    – Filho, olha, eu trouxe o seu primeiro Babaa, nós vamos fazer uma fazenda inteira para você, você vai ficar muito feliz não é? 
    – Foxon, venha ver esse petpetpet, não é lindo? 
    – Garoto, sai já daí! Eu já disse para não comer as amoras do pomar, são para sua mãe fazer a torta.Foxon… Foxon… Foxon… Seu nome era repetido milhares de vezes em sua cabeça, com a voz doce da sua mãe e a amigável do seu pai, de uma época em que ele cheirava as folhas de mentas e mastigava as amoras, feliz, como se nunca tivesse feito nada parecido antes.Ficou ali no chão, lembrando-se de uma época que parecia ser tão distante, mas estava tão perto, alguns anos atrás. O milho era amarelo e os Babaas aumentavam de quantidade, era um sonho que ele não queria ter, eram os últimos momentos antes da verdadeira batalha começar, mas aquilo era apenas lembranças boas, as ruins vieram logo depois, as lembranças do último dia em que viu seus pais, um ano atrás.
    – Cof… cof… – A mãe de Foxon tossia. 
    – Filho… você já está grande, já sabe cuidar de você mesmo e finalmente nós podemos ir até a Central de Neopia cuidar dessa doença da sua mãe. – O pai de Foxon abraçava o filho enquanto as lágrimas dos dois caiam e se misturavam, em uma tristeza apenas. 
    – Pai, não, eu quero ir, eu quero ir com o senhor… – Foxon parecia uma criança, apesar de ser apenas um ano mais novo. 
    As it spins it really does look like a Blackberry!– Você não pode, não podemos deixar a fazenda sozinha, além disso eu tenho certeza que você poderá cuidar de tudo, temos muitos Babaas agora e os vizinhos vão te ajudar em tudo que você precisar filho. Nós voltaremos em menos de um mês, eu juro filho, até breve filho. – O abraçou pela última vez. 
    – Até breve pai.
    Passaram-se as semanas e o primeiro mês junto a elas, eles não haviam chegado. Faziam três meses, não haviam se quer noticias, seis meses e Foxon já não chorava mais, apesar da falta que eles faziam. Passou-se um ano, o pequeno havia deixado de lado a idéia de ir para a Central de Neopia, ele tinha certeza que seus pais haviam desaparecido para sempre, não gostava nem mesmo de pensar nas diversas hipóteses.
    Foi nesse pesadelo ocorrido em minutos que ele se lembrou o porquê de aceitar a missão. Não foi simplesmente para salvar as crianças, mas sim para não deixá-las sem pais e aquela guerra iria causar isso, ele não poderia deixar de forma alguma. A coragem tomou conta dele, pegou uma tigela que estava a seu lado, caminhou com passos firmes até o meio dos soldados e a lançou contra o chão, fazendo um barulho que fez com que todos olhassem para ele, alguns assustados, mas havia um olhar, um de orgulho lá no céu, Duni, que parecia saber o que exatamente ele iria fazer.
    – Parem já com isso! Não há necessidade de guerra. – Um Draik tentou agarrar Foxon, era Jyr, que queria impedir qualquer coisa que aquele pequeno Kyrii pudesse falar, mas antes mesmo que ele encostasse nele, Duni já estava ali na frente, com asas abertas, fazendo a mesma reverência, mas com um olhar assustador, o que deixou até mesmo o Draik atormentado.
    – Não podemos simplismente deixar essas crianças sem pais e vocês? Não tem filhos? Não querem ver eles de novo? Se eu ainda tivesse meus pais a coisa que eu mais iria querer era ver eles o mais breve possível e eu não acho que esses pequenos vão poder ver aqueles que tanto amam. Parem com essa briga besta, se eles querem nos provocar, vamos evitar que haja guerra, o rei Hagan é sábio, ele vai achar um local bom para todo este povo, ele vai saber falar e convencer, nós temos apenas que atrasar eles. Vai ser um lugar bem maior e próspero que o que ele havia oferecido antes, eu tenho certeza disto!
    – É espertalhão, mas como vamos fazer isso? Vai brincar de bobo da corte com eles, ou fazer mágica? – Jyr desviou o olhar de Duni e olhou diretamente para Foxon.
    – A mancha, ela é a resposta.
    – Mancha? Que mancha? – Duni parou a reverência, também estava curioso para saber do que se tratava. – – Tem um redemoinho de um encontro de rios logo a frente, se nós fizermos o volume do rio aumentar de forma que alague parte da floresta, nós os atrasaremos, só precisamos jogar algo grande o suficiente para tampar ao menos a metade do rio menor.
    – Temos uma grande pedra ali no fundo não temos comandante Jyr? – Duni sorriu, parecia concordar com o plano.
    – Sim, temos, mas você não acha mesmo que isso vai dar certo não é?
    – Vai sim, há uma pequena descida, precisamos apenas empurrar a pedra até lá, me dê alguns soldados. – Foxon parecia fraco, mas sua estratégia de guerra era incrível.
    – Tudo bem, leve alguns Eyries, pois eles podem voar e sair de lá o mais rápido possível quando a água transbordar do rio, mas fiquem sabendo que se eles nos atacarem, eu vou atacar com toda a força e se você ficar entre mim e o inimigo, não serei eu a desviar a espada.
    Eles foram, levaram a pedra até metade do caminho e a soltaram,porém ela ficou presa em um tronco caído no chão, precisavam apenas retirá-lo dali, foi decidido então que todos poderiam sobrevoar e vigiar, enquanto Duni, Foxon e mais dois Eyries iriam retiram o tronco.Quando chegaram lá viram uma barbatana emergindo da água, os Eyries ficaram assustados, até que um deles viu as presas avançarem em direção a suas asas, porém o outro Eyrie, um verde, se jogou na frente, fazendo com que os dois caíssem no chão, porém nenhum se feriu.
    Em cima os que voavam já começavam a anunciar que as tropas inimigas já estavam logo a frente e em terra Duni e Foxon travavam uma batalha contra Krimily, que já havia derrubado os dois Eyries.
    – Blarg, eu nadei, nadei e finalmente consegui chegar aqui, mas pareci que meus amigos já estão vindo também!
    -Ah, então você estava com eles o tempo todo? – Foxon pegou um pedaço de madeira no chão.
    – Você conhece? –Perguntava Duni, desviando das mordidas e arranhões.
    – Um velho amigo, se é que posso chamar assim. –Foxon não era tão veloz desviando, mas apenas era tocado de leve.
    – Eu não estou com nenhuma arma e minhas garras não cortam pele de dragão, será que poderia fazer as honras?
    – Com prazer… – segurou firmemente a madeira.
    – Blarg! Parem de falar e deixem eu atacar vocês.
    Antes mesmo de dar mais um passo, a pancada atingiu Krimily, que foi jogado contra a pedra, retirando o troco e caindo no rio. Duni ergueu vôo com Foxon e os outros dois Eyries, enquanto a água escorria pelo declive e parava as tropas que marchavam. Estava acabada a guerra, antes mesmo de começar.

    A história do pequeno herói – Capítulo 4

    Por Equipe MT, 30 de outubro de 2012

    Capítulo 4 – Revelações 

    Quantas horas passou desacordado? Ele não sabia. Algumas vezes, quando acordava, logo acabava dormindo novamente, vez ou outra lhe davam comida, mas poderia haver algo nela que o fizesse dormir. O lugar era confortável, havia um tapete branco e a cama em que estava deitado era muito macia para um prisioneiro. Não tinha correntes, mas dois Gnorbus estavam do lado de fora, com armas em suas mãos. Sua comida era trazida por uma Cybunny, que tinha duas cicatrizes na bochecha esquerda e uma parte da orelha enfaixada.
    A Cybunny não trocava se quer uma palavra com ele, mas em um determinado momento o que ela lhe trouxe não foi pão e água, mas um Skeith. A coelha puxou Foxon pelo braço, jogando-o em uma cadeira. O Skeith amarelo puxou outra, era de metal, pesada, mas com toda a sua força, Foxon ficou imaginando ser segurado por ele. Ficaram ali,em silencio, durante alguns minutos, imóveis. Os olhos negros pareciam percorrer todo o corpo do Kyrii, ele os fixava, parecia analisar tudo. Pegou um pouco de água e bebeu, jogou o copo no chão, balançou um pouco as asas e arrastou a cadeira para a frente, foi então que começou:
    – Você invade meu território, então me deve explicações. Mas antes de mais nada, acho que você não pertence a nenhuma das partes da aliança. Devo perguntar, amigo ou inimigo? – Falava de forma lenta, coisa que deixava Foxon nervoso.
    Calado, ele tentava desviar o olhar, mas a Cybunny pegava me seu queixo, obrigando-o a olhar diretamente para o Skeith.
    -Não deve mesmo saber o que está acontecendo por aqui – continuou – portanto vou explicar… afinal, se você não se aliar a nós, será tratado como inimigo e não poderá sair daqui sem trabalhar muito.
    Foxon ficou com medo. Talvez eles o fizessem de escravo ali, ou talvez o jogassem no rio. Todos os momentos em sua casa começaram a passar por sua cabeça, momentos tristes e felizes, mas ele queria encarar aquilo e enfrentar o que viesse.
    – O rei Hagan deixou uma família morta de fome e sem terras, então ela decidiu invadir a terra de outra família, a terra dos meus avôs. Nos tivemos uma batalha longa, muitos homens de ambas famílias ficaram feridos e algumas das minhas terras, localizadas mais a oeste daqui, foram totalmente dizimadas. As crianças ficaram bem, não queríamos envolve-las e após, semanas de batalhas, com todas as unidades fracas, decidimos dar uma trégua, mas quando voltamos tínhamos força total e muitas coisas novas, porém antes mesmo de recomeçarmos tivemos uma reunião de lideres. Foi então que, após horas de conversa calorosa, percebemos que o verdadeiro culpado pela nossa desgraça é o rei.
    – O rei? – Foxon interrompia.
    – Não fale quando o comandante estiver contando algo! – A Cybunny bateu a mão em uma das mesas.
    – Agradeço, mas não é para tanto. Sim, sim, o rei é o culpado. Se ele tivesse aberto um espaço para nós no reino dele. Se o rei tivesse tirado um pouco do seu grande castelo, se ele tivesse ao menos pedido para nos enviar ajuda, mas ele não fez nada – Foxon nesse momento tentou interromper, mas o Skeith colocou a mão em sua frente, impedindo-o – não me interrompa novamente, por favor. Sou gentil, mas não gosto de ser interrompido, não várias vezes. Com nossa conclusão, reunimos todos os soldados e chamamos mais alguns, formando assim um grande exército, capaz de combater tudo, inclusive o exército real. Chamamos magos e temos o suficiente para dominar toda Brightvale!
    – O rei me mandou aqui – Foxon enfim começou a falar – para parar a briga de vocês.
    – O rei? Então é um inimigo! Eu não posso perdoar um inimigo. – Nervoso, jogou a cadeira longe, batendo fortemente contra a parede. – Cybunny, pegue ele e faça ele contar tudo o que sabe, use todos os métodos possíveis!
    O sangue ficou mais quente e sua pulsação aumentou, o coração batia acelerado e a única atitude que poderia tomar naquele momento era correr, então, pondo a mão por entre os cabelos azuis, achou a mochila que ali escondia, retirou a espada e saiu correndo, desviou da Cybunny,apesar de ter sentido uma pequena pancada no braço. Passou por baixo das pernas do Skeith e cortou a corda que sustentava a barraca, derrubando-a sobre eles. Corria por entre os Lupes e Nimmos, derrubando vasos e tudo que havia pela frente, tentava desviar de árvores e armas, tropeçava e ninguém entendia o raio azul que por ali passava, até que alguém, no meio da barra, gritou:
    -Peguem-no! É um espião de Hagan!
    Foi então que a correria começou, todos pegavam suas armas e atiravam, Foxon tentava desviar, mas algumas flechas e raios ainda o atingiam de raspão. Um Lupe corria mais rápido que ele e girando agarrou sua perna, ele bateu com a mochila nele e o Lupe, achando que fosse seu braço, a mordeu, mas soltou logo em seguida, quando percebeu que não passa que um pano sujo.
    A floresta estava logo a frente e atrás Neopets cada vez mais velozes, que por um instante pararam e começaram a observar a Cybunny que havia saído da barraca totalmente suja mexendo em alguns gravetos. Foxon não olhava para trás, apenas corria, como se sua vida dependesse daqui, o que em parte era verdade. Começou a ficar cansado, mas não parou, apenas diminuiu um pouco o ritmo. Chegando em uma parte da floresta, sem trilha e com árvores enormes, olhou para trás, com medo do que poderia ver, mas não havia nada.
    Sua mochila totalmente sem suprimentos não servia para quase nada e estava parcialmente rasgada. O calor ali dentro começava a aumentar, sentia que algo ruim estava prestes a acontecer, foi então que um clarão vindo da floresta se aproximou. Estava com fôlego, poderia correr novamente, correu então, pulou árvores, quebrou galhos, mas na direção que corria também havia um clarão, talvez do mesmo tamanho do que havia atrás dele.
    – Fogo – balbuciou – a floresta está pegando fogo!
    O fogo consumia toda a floresta, o vento fazia com que ele engolisse a mata que ali estava e o desespero tomou conta de Foxon. Ele sentiu uma rajada de vento que já havia visto antes, mas não demorou muito até que o fogo consumisse o lugar onde estava.

    A história do pequeno herói – Capítulo 3

    Por Equipe MT, 24 de outubro de 2012

    Capítulo 3 – Atingido no fim do caminho 

     O dia amanheceu, a noite anterior foi difícil, alguns arranhões precisavam ser lavados e ele o fez. A sensação era boa, a água refrescando seus pelos, porém ele estava preocupado, havia dormido na noite anterior sem higienizar bem as feridas e estava com medo de que poderia ter alguma infecção. A região da perna estava inchada, mas não haviam escoriações, provavelmente não estava infeccionado ou com algo quebrado naquela região, podia andar.
    Começou a caminhar lentamente, não queria se esforçar muito, deveria evitar qualquer coisa que comprometesse seu corpo já cansado. Caminhou, caminhou muito, se passaram as horas, talvez os dias, as noites iam e vinham, começou a ficar sem pão, seguia o fluxo do rio, haviam ainda algumas frutas em sua bolsa, mas achou melhor também colher pelo caminho. Sabia de algumas saudáveis e que iriam dar energia para a viagem. Haviam passado três dias desde a batalha, tudo estava monótono, as feridas não melhoravam tanto, mas já era possível andar em ritmo normal.
    Sentou no chão e olhou o mapa. Pedras, era isso que via em sua frente, várias pedras de formato estranho, pareciam flores, mas eram cinzas, rachadas, sem vida. O azul cintilante começou a caminhar por ali. No mapa era possível identificar pequenas flores cinza, pequenas, mas em grande quantidade, o que as dava destaque. Analisou, estático, o mapa. Sorriu, gargalhou, estava perto, muito perto. O “X” que indicava o local estava quase ali, talvez mais um dia para a carta ser entregue.
    A mensagem enfim sairia dele e seu trabalho estaria completo. Resolveu dormir, talvez por uma última vez. Ainda não era noite, na verdade o sol marcava o que seria o meio-dia. Acordando no meio da noite, o vento frio fazia seus pelos serem eriçados, mas a pelugem azul não o deixava sentir frio tão facilmente. Sentou na beira do rio, aquele que seguia desde o começo da viagem.
    Pôs a mão na mochila para comer a última uva, mas quando a puxou, a carta havia caído. Ele olhou para ela, aquele papel amarelado, com o selo real de Brightvale, havia resistido a toda a movimentação e as noites má dormidas em que a mochila serviu de travesseiro. Pegou com as duas mãos e a cheirou, hábito que cultivava desde a infância, cheirar cartas. Desde as que seus primos mandavam, a um mero imposto. Podia distinguir o perfume de quem havia mandado, a flor da qual ele foi tirado, dentre outras coisas. Após analisar bem com o olfato, falou baixo:
    – Cheiro de menta, de liberdade… – sorria, adorava menta.
    A carta não estava de fato fechada, provavelmente com toda a euforia esqueceram de colar direito. Deslizou as mãos sobre o papel, a curiosidade era grande, acendeu uma pequena chama, uma chama dourada, bonita, que tinha dado trabalho para se formar com os galhos molhados. Mas ali estava o fogo que ele iria usar em sua leitura, um fogo que o lembrava da sua aquecida casa. Abriu o envelope e começou a ler, em voz baixa.

    Edward Freeland Van, antigo sábio, sei que nada que eu possa dizer vai aliviar a dor de ter suas terras invadidas, eu deixei de lhe ajudar uma vez, quando você precisou de mim, mas eu tive de utilizar a sabedoria e ajudar outras pessoas, você tinha terras, mas aqueles pobres povos não. Nunca soube se você me perdoou, mas gostaria que você analisasse novamente minha atitude e assim você irá perceber que ela foi nobre. Tanta nobreza que acho que você mesmo deveria repetir o ato, com os pobres Bog, eles não têm terras algumas e sei que logo poderei retribuir o favor, sei que você tem muito interesse em minha sessão de livros sobre a história de Altador, tera de seus antepassados. Tenha certeza, se conceder um pedaço de terra a eles, pelo menos até eu arranjar alguns lotes, darei boa parte destes livros que tanto admira. Pense bem, espero receber resposta por Duni. Do seu antigo companheiro de batalhas, Hagan.”

    Sim, era uma carta oficial do rei, falando de forma a qual Foxon nunca havia visto. Sempre que ele passava por suas terras ou mandava algum aviso para a região, ele era o mais formal possível, mas naquela escritura era como se ele estivesse falando com um velho amigo seu. Foxon se sentiu mais inspirado a entregar a carta, era mais que negócios de governo, mas também um perdão entre amigos. Hagan havia deixado de fazer algo para o líder dos Van e provavelmente se arrependia até o momento.
    Foxon pensou e releu a carta, percebendo que teria ainda outra missão, a de levar a resposta, de conseguir restituir o equilíbrio. Ele precisava de mais suprimentos, nunca havia arrependido-se tanto de um ato como se arrependeu de ter dado sua comida aos petpetpets. Torcia para que os Van não só aceitasse as desculpas de Hagan, como também que eles tivessem suprimentos para ele voltar a sua casa. Começaram então a seguir em sua cabeça pensamentos de sua casa. A havia deixado há alguns dias, mas pareciam anos. Esperava sim alguma recompensa por seus atos, além da paz e do respeito de Duni, mas a sua casa e seu rebanho faziam com que ele sonhasse. Os sonhos perduraram até que ele dormiu novamente, mas antes guardou a carta e tudo o que havia retirado da bolsa, mas havia esquecido-se do fogo.
    O fogo havia lhe entregado, acordou pela manhã, mas não nas úmidas folhas e na barraca rasgada, mas sim dentro de uma rede de caça, sendo carregado por dois Lupes. Eles começavam a levar Foxon até um local um pouco mais a frente, onde haviam algumas casas.
    Amordaçado, não poderia gritar, mas não foi revistado, ou teriam levado a sua mochila, que continuava escondida atrás de seu longo cabelo, por sorte a bolsa era pequena. Chegou então no local onde estava as casas, olhando um pouco mais distante, podia identificar um fazenda, sim, era a fazendo que ele tanto procurava, enfim havia chegado.
    Não haviam sinais de batalha, não havia locais queimados, nem feridos, apenas armas, muitas armas. Lanças, espadas, escudos, arcos, flechas, cajados, dentre outros. No canto, com um livro, uma fada idosa encantava os armas, as lâminas brilhavam mais, ficavam mais afiadas, os escudos, mais espessos, as flechas, com pontas mais finas. Tudo brilhava. Havia diversos Neopets, desde os mais comuns, aos mais raros. Alguns eram muito grandes, não só em comparação a Foxon, mas a qualquer um, pois o minúsculo Kyrii, próximo a eles, sentia-se microscópico. Alguns mutantes, alguns com corpos encantados.
    Havia ainda uma figura assustadora, que conversava com os Lupes, mas Foxon não dava atenção, estava admiriado com tantas coisas. Achou que conversando com eles a situação ficaria esclarecida, mas antes mesmo de tenta murmurar alguma coisa, levou uma pancada forte na cabeça, caindo desmaiado.

    A história do pequeno herói – Capítulo 2

    Por Equipe MT, 20 de outubro de 2012

    Capítulo 2 – Um ser traiçoeiro 

     Sentia-se pesado, haviam enchido a sua mochila de comida, frutas, verduras, pães, molhos, sucos, algumas coisas que ele nunca havia visto e que vinham de influências de outras terras, como Meridell. Não ligou para os ótimos odores e a bela aparência, não poderia andar com velocidade carregando todo aquele peso. Mesmo sabendo que poderia se arrepender, queria se livrar daqui. 
    Caminhou durante um tempo e viu um rio passando por ali, de acordo com o mapa, seguindo o curso do rio, chegaria ás terras das duas famílias, já que haviam alguns moinhos naquela localidade. Olhou rapidamente para a trilha que estava seguindo, não havia grama e pequenas pedras eram distribuídas irregularmente pelo chão, formando um tipo de calçada. Seguiu a trilha mais ingrime, a do curso do rio, que apresentava muita vegetação, algumas com espinhos, que raspavam a sua pele, mas ele não percebia, cortes pequenos são coisas normais no campo, com todos os anos de trabalho árduo, espinhos nem se quer lhe faziam cócegas. 
    Não estava cansado ou mesmo com sede, mas o caminho que já havia percorrido era longo, daquela distância só podia enxergar as pontas das torres mais altas, que ali não faziam mais sombra alguma. Sombras, era isto que Foxon deveria temer naquela floresta. Ainda era dia, mas a noite logo cairia e o caminho dentro de uma floresta não é algo totalmente seguro. Não apenas pelas peçonhas ou flores sempre apontadas para você, mas também para aquilo que se esconde nas sombras. 
    Perfeito para um jantar elegante.Ótimo para se molhar no mingau, ou comido puro.Debruçou-se sobre o rio e bebeu um pouco de água. Tinha muitas garrafas, mas a água do rio lhe parecia mais limpa e atraente, apesar de que, aos olhos de qualquer um, poderia ser percebido que não havia divergência entre ambas. Ali, no chão molhado e cheiro de terra, em um segundo viu alguns petpetpets aproximarem-se devagar, um Pinchit parecia ser o líder deles e olhava para Foxon enquanto ele analisava todos os suprimentos. O Kyrii sorriu e retirou um pedaço de um pão, oferencendo aos petpetpets, que aceitaram com o tempo. Estava feito, ele havia arranjado um local para por sua comida sem precisar desperdiça-la. Claro, petpetpets para muitos são insignificantes, mas para aquele Kyrii, que tinha apenas Babaas como amigos, tornando-se tão gentil, eles eram criaturas tão nobres quanto o próprio rei. Com a bolsa quase vazia, apenas com o que ele achava essencial, água, frutas e menos de cinco pães, continuou sua aventura. 
    Estava feliz, pois nada de extraordinário havia acontecido até então, tornando todo o caminho bem calmo. Sentou-se em um tronco e analisava o mapa, não era de fato grande coisa, apenas com um caminho traçado por linhas vermelhas e algumas árvores de um lado e o rio do outro. Porém, havia algo que chamava sua atenção, havia uma mancha no rio retratado no mapa, não algo que veio de um acidente, mas algo que colocaram ali quando fizeram o mapa. A localidade onde havia a mancha não era tão distante, mas sua curiosidade não era tão grande a ponto dele ir buscar por aquilo naquele momento, no fim do dia. Anoiteceu enfim, o brilho do pôr do sol dava fim ao primeiro dia de aventuras. 
    Armou uma barraca, a única coisa que ele considerava inútil mas havia deixado na sua mochila. Normalmente dormiria em um conjunto macio de folhas, mas como seguia o curso do rio, havia muita lama e caso essa lama marrom-avermelhado grudasse em seus pelos azuis cintilantes, a sua movimentação seria menor ainda. 
    Dormiu, mas naquele momento as sombras o observavam de perto. A que se movia era apenas uma, mas era veloz. O bater de asas era rápido, rodeava a barraca. Não era rápido como o de Duni, mas a diferença não ficava apenas ai. O bater de asas de Duni era abafado, este fazia um barulho enorme, o que provavelmente havia salvo o Kyrii das garras que entravam e rasgavam sua barraca. Em um momento ouviu o som das asas e acordou, em outro estava com a espada amarela na mão, segurando sem jeito e a apontando para o Shoyru mutante que ainda vasculhava o restos da barraca. Procurando talvez por tesouros, ou pela carcaça de quem ali estava. 
    O Kyrii, pequeno, na escuridão não era visto, mas o Shoyru procurava por ele, não parecia ser muito inteligente, mas era forte. Sem saber como manusear uma lâmina, ele apertou a espada com força, mas esta escapou de sua mão, fazendo um pequeno barulho no chão. O Shoryu imediamente olhou para o local. 
    – Blarg, Krimily achou a caça. – Sorria e voava em círculos, em volta do azul cintilante e do dourado de espada, que agora podia ver. 
    – Olha, eu não sei quem você é, nem o que quer aqui, mas se me deixar ir embo… 
    – Blarg! Meu nome é Krimily e eu não posso deixar você fugir no meu turno. – Ele também babava, o que deixava o Kyrii desconfortável. 
    Foxon pegou a espada novamente, mas desta vez estava confiante, segurou-a com firmeza, não poderia simplesmente perder aquela batalha. Krimily avançou, mas Foxon desviou devagar, segurando com firmeza os restos da barraca, quando o voo dele voltou em um rasante e ele iria direcionar suas patas para seu pescoço, ele escorreu por baixo e saiu correndo, tentando sempre seguir o curso do rio, tentando não adentrar na escuridão da floresta. A sua briga com Duni havia lhe ensinado como desviar de ataques aéreos e ouvir bem a batida das asas. 
    O que havia sentido naquela noite foi rápido, mas lhe causou muita dor. Escutando o som dos asas, podia desviar sem olhar para trás, mas um outro som, como uma explosão, vindo da floresta, desviou sua atenção, foi então que foi agarrado por traz e lançado no chão. A verdadeira batalha começava ali. No chão, os dois rolavam, a espada nem se quer arranhava o Shoyru, ele era rápido e segurava um dos braços do Kyrii. Socos e pontapés eram constantes, rolando na lama, eles se dirigiram até a água, mas o curso do rio era lento, eles nem mesmo se moviam, levantando-se novamente, o Kyrii começou a nadar, nadar rapidamente. Ao menos no nado, o Foxon levava vantagem, escutando os murmúrios do mutante atrás, nadava cada vez mais rápido, ele não podia perceber que caso saísse da água conseguiria ser veloz, ficava portanto tentando alcanças Foxon ali mesmo, no rio. 
    O Kyrii encostou-se em umas pedras e abriu o mapa, foi então que percebeu que ali perto, logo em frente estava a mancha, que agora atiçava a sua curiosidade. Aquilo poderia ser sua salvação, ou uma simples coisa criada pelo tempo. Pensou rápido, havia tempo, mas se por um momento Krimily tivesse um pensamento inteligente, seria seu fim. 
    Nadou, nadou, até atingir o que ele achou que fosse a mancha no mapa, revelou-se então, após ficar estático por alguns segundos, ele nadou, com dificuldade, até a margem. O plano estava feito, mas o Shoyru iria demorar a chegar. Sentou-se em uma pedra e o tempo começava a passar, por vezes queria dormir, pois o Shoyru demorava muito, chegou ao ponto de desistir, guardando a espada na bainha, quando ouviu novamente as asas batendo. – Blarg, lembrei que posso voar, agora vejo uma caça que atrapalha meu turno ali na frente. 
    – Vem seu mutante feio! Você não é nada! – Foxon provocava, gritava. 
    – Blarg, o baixinho não sabe o que diz, vou acabar com ele. 
    O que aconteceu em seguida poderia ser resumido como uma batalha entre um ser astuto e um nem tanto assim.  Krimily chegou abrindo a boca, quebrando galhos com seus enormes dentes, mas, ao chegar em frente a Foxon, foi surpreendido por uma bola de lama no rosto, o que fez ele perder os sentidos por alguns segundos, mas foi o suficiente. Quando ele desceu até o chão, Foxon o agarrou e, em um movimento rápido, o lançou contra a árvore, ela era muito grande, tendo raízes espalhando-se por todo o solo. Quando o Shoyru avançou novamente, o Kyrii abaixou-se, dando-lhe uma rasteira e fazendo com que ele caísse em cima desses espessos troncos, cheios de musgo. O musgo fazia Krimily escorregar e se enrolar em alguns cipós distribuídos pelo chão. 
    Desta vez, Foxon foi para cima dele, segurando um dos cipós em que ele se enroscara, pulou por cima da árvore e o amarrou em outro, que já estava propositalmente ali. Krimily tentou abrir as asas, mas não conseguia, o cipó havia se enroscado em todo o seu corpo. 
    – Blarg, Krimily não gosta disso, Krimily, não gosta! Eu, Krimily preciso escapar. 
    – Calma, já vai terminar, só mais um pouco. – Foxon subia e descia da árvore, enrolando no Shoyru tudo o que fazia parte do seu plano. 
    Naquele momento Krimily era uma mosca, sendo pega por uma aranha. O trabalho árduo havia terminado, lá estava ele, o dragão totalmente enrolado, preso por várias cordas verdes, indefeso. Neste momento, o que Foxon quisesse fazer, ele o faria. Puxou a espada, o brilho dourado passava nos olhos dele, o brilho que era o reflexo de uma lua minguante. Aproximou vagarosamente a espada de Krimily, deu um pequeno sorriso e cortou. 
    O cipó que ele havia preparado havia sido partido por ele mesmo, com sua bela espada. O Shoyru gritou enquanto era puxado por entre as árvores, o cipó principal foi desfeito e todos os outros faziam com que ele começasse a ser arrastado em meio a galhos e folhas, até que chegou na ponta de uma ramificação de galho, muito fina, que não aguentou seu peso, ele caiu. 
    Este era desde o início o plano de Foxon, amarrar Krimily e arranjar uma forma de o jogar no rio, na mancha, no redemoinho. Era isso que havia lá, um redemoinho. Três rios se juntavam em uma fenda, o que fazia com que as águas formassem um ciclone pluvial. O Shoyru amarrado não podia se mexer, por um tempo ficou embaixo da água. O fluxo violento o fazia subir e descer, a água o deixava nervoso, ele tentava voar, achava que conseguiria sair, mas os cipós não deixavam. Foi então puxado por um dos rios, que não era o que o Kyrii deveria seguir. Suas últimas palavras, antes de ser levado pela forte correntese, foram: 
    – Blarg, meu turno terminou, mas eles virão te buscar! Ou você está indo atrás deles, até mais, nanico.